Unindo a percussão do candomblé da nação Ketu com a liberdade estilística do jazz, Alabê KetuJazz é o retorno do gênero às suas raízes africanas, um encontro do aprendiz com o seu mestre. Único na história da música brasileira, o projeto apresenta a sua sonoridade na faixa “Opanijé Xaxará”, primeiro single do disco de estreia.
Ouça “Opanijé Xaxará”: https://youtu.be/A7ibb6pFvf0
Dentro dos ritos do candomblé, o opanijé é o toque sagrado entoado para o orixá Omulú, que é acompanhado por uma dança dramática, dialogando com a dualidade e efemeridade das coisas. No vídeo dirigido por Daniel Lôbo, a dançarina Ludmila Almeida segue os passos sagrados enquanto o sax interage com os tambores. A melodia do sax simboliza o orixá presente, que conta sua história através do movimento do som, assumindo o papel do orixá incorporado na festa de candomblé.
“A música surgiu do toque dos atabaques seguindo o ritual. O início é força da vida e da cura homenageando Omulú, já a parte do break é parte da morte/doença forte e o fim forte marca a volta à saúde e a cura”, conta um dos idealizadores do projeto, o percussionista francês radicado no Brasil, Antoine Olivier.
O quinteto é liderado por ele e pelo saxofonista e compositor brasileiro Glaucus Linx, que já trabalhou com Carlinhos Brown, Elza Soares, Isaac Hayes, Salif Keita e muitos outros. Nessa gravação, eles são acompanhados por Dofono de Omulú, Thiago Magalhães e Gabriel Guenther.
“O grande diferencial de nossa música é que não estamos fazendo uma fusão de vários estilos musicais com música africana e jazz. As canções foram criadas de maneira orgânica a partir dos tambores do jeito que eles são tocados e arranjados dentro do ritual. O jazz é só uma influência na maneira de deixar espaço para improvisação e liberdade”, explica Antoine Olivier, que trabalha na finalização da estreia em disco do projeto.
O batuque sagrado do Candomblé da nação Ketu traz sua complexidade e poder para um cenário contemporâneo. O disco, produzido por Olivier e Linx, foi gravado com muito cuidado para manter os sons mais próximos dos toques sagrados em técnicas de gravação inventadas pelo músico francês. O projeto conta com participações especiais de Carlos Malta e Henrique Bunde; além de nomes do candomblé, como a Ekedy Nicinha, a Mãe Nildinha de Ogum, Raoul de Ogum (Ogã Alabê do axé Opo Afonjah), Ogã Eli (casa de Oxumaré), Alabê Lazinho, Ogã Licinho, Alabê Joilson São Pedro e muitos outros.
O álbum do Alabê KetuJazz está previsto para o começo do segundo semestre e está sendo finalizado através de uma campanha de crowdfunding com recompensas que vão do disco digital, físico, camisetas e ingressos para o show de lançamento até aulas particulares com Glaucus e Antoine.
Ouça “Opanijé Xaxará”: https://youtu.be/A7ibb6pFvf0
Para colaborar no crowdfunding, acesse: http://vaka.me/2vjhuq